O comentário da novela e o migué nosso de cada dia

A voz da rotina me impede de pensar.

Motores de carros, claudicantes buzinas.

Amórfica sonoridade nossa de cada dia.

Burburinhos que me engolem e anulam.

Busco a frutífera idéia newtoniana.

Ela não vem e quando vem não posso. (frustrante)

Largar o volante, o cartão, o celular, ir tudo pro chão. (louco)

Partículas poéticas não estão na ordem do dia. (psicurbanicidade)

Procuro nos bolsos o ócio de anteontem.

O tempo parado deve ser usado?

O tempo comprado é para ser vendido?

E se tiro do tempo o meu achado?

Modernamente no meu bunker-escritório

Com visão do supermacho e mente comprada (impecável)

Transcendo o vidro-espelho, olho e me vejo

A contraditória epopéia do macaco pós-moderno (lucidez).