CARIOCA DE FÉ

Susto, espanto, pasmo,

O assombramento de todo dia de um carioca

Como cantar a alegria?

Nos olhos correm lágrimas espessas de imagens que o indignam

Como cessar esse pranto?

Pede, suplica paciência

Por ter que na retina registrar imagens de tal violência

Veio para cantar

Está para alegrar

Como enfrentar sem entregar?

Senhor de sua alma busca forças

Escravo da realidade crua sente um forte desanimar

Forças paradoxais tencionam necessidade de compreender desumanas cenas

Nos olhos chora mágoas

No peito um coração que bate por que ainda acredita.