Drummond desperta o dia
o sol vai devagar
as pedras vão devagar
a vida besta devagar
só o verso corre
a mão suja continua
colada ao braço,
a esperança adormecida
e a palavra encanto,
inquieta, espera fisgar mais um poeta
a alma já se perdeu
o corpo solveu a memória da vida
o peito se fechou
e o homem ainda espera
uma canção que o salve