PRECISO ESCREVER

Aos turbilhões brotam os pensamentos.

Quero, preciso escrever...

Como a gente fica sem o ar?

Como posso acalmar a minha alma

se não passar para o papel o que a mente brada?

Pensamentos rebeldes que teimam em voltar.

Insanos, cruéis, frios

e até desumanos.

Atordoam meu cérebro rasgando

arestas de luz,exigindo

a expansão concreta,

de sua existência.

Preciso falar de minhas saudades,

de minhas tristezas e de minha dor.

Uma dor que não sei de onde vem.

Preciso entender este som abafado da noite,

esta carência de escrever...

Surpreendo-me com um raio de lua que escandalosamente

rasga o céu e joga seus reflexos nesta

noite inquieta. Meu coração

anseia pela música que silenciosamente

ecoa no fundo da alma, fazendo brotar

Uma saudade que não sei bem de que.

Uma agitação vai tomando conta do meu ser.

Meu Deus, são 3:00 horas da manhã.

Estou deitada, mas a mente trabalha

incansavelmente...não consigo dormir.

Tenho que levantar,

acalmar e escrever.

Lembro-me de Cecília Meireles:

“O poeta na noite morta,

não necessita de sono”.

Lumar
Enviado por Lumar em 16/08/2006
Código do texto: T217777