PRECISO ESCREVER
Aos turbilhões brotam os pensamentos.
Quero, preciso escrever...
Como a gente fica sem o ar?
Como posso acalmar a minha alma
se não passar para o papel o que a mente brada?
Pensamentos rebeldes que teimam em voltar.
Insanos, cruéis, frios
e até desumanos.
Atordoam meu cérebro rasgando
arestas de luz,exigindo
a expansão concreta,
de sua existência.
Preciso falar de minhas saudades,
de minhas tristezas e de minha dor.
Uma dor que não sei de onde vem.
Preciso entender este som abafado da noite,
esta carência de escrever...
Surpreendo-me com um raio de lua que escandalosamente
rasga o céu e joga seus reflexos nesta
noite inquieta. Meu coração
anseia pela música que silenciosamente
ecoa no fundo da alma, fazendo brotar
Uma saudade que não sei bem de que.
Uma agitação vai tomando conta do meu ser.
Meu Deus, são 3:00 horas da manhã.
Estou deitada, mas a mente trabalha
incansavelmente...não consigo dormir.
Tenho que levantar,
acalmar e escrever.
Lembro-me de Cecília Meireles:
“O poeta na noite morta,
não necessita de sono”.