O Campo de Sangue

Não são folhas: Espinhos pontiagudos

Junto ao campo esquecido da minh'alma...

São punhais, armas brancas, cortes mudos

Lírios, delírios, odores.

Campo em sangue, mutilação feroz!

Já o hálito matutino foi-se

Ofegante respiração, a voz

Do poeta lá se ouve.

Caem lírios, martírios, flor de palma

Sangue escorre espremido em cada estrofe

Caem tíbeos martírios, flor da alma

A poesia escarlate.

Já o sangue embebeda, rega a terra

Punhaladas retiram minha seiva...

Pois que sou cultivado em meio a guerra

De uma paz transbordante.

Eis que o sangue adubando está somente...

Nascerá a tão bela e mais formosa

Prateada, invencível flor lucente

Campo em sangue... semente...

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 08/04/2010
Reeditado em 14/04/2010
Código do texto: T2184681
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