Bem sabemos da cor

Chegou ela

a estação da cor que bem conhece.

Ouvimos o cheiro do plátano

e sentimos o tremor do vento.

Percebemos o estalar da lenha

e a fragrância da lestada.

A cor que vive bem sabemos

amaremos e compartilharemos.

Bem, continua sabendo o bem da cor

o fruto do inverno que saboreia

uma tangerina.

O gelado da boca

que por entre lábios rachados

degusta um vinho.

O sobretudo cortado

aos poucos deixa de arrastar no chão

levando memórias diuturnas

esvaindo em coretos.

Se bem que da cor sabe

que o vento veio com o outono.

Nem é meia-dia para chegar.

Pois tão leve,entre visita da meia-noite.

Tem cara de aresta alheia

e sotaque uivante.

Roda moinhos de grama e areia

texturizando o liso

de um cabelo desarrumado.

Se do bem que ela faz, ela sabe.

Só não sabe do bem que me fez bem.

Bem de longe, bom de perto.

Bem de que o vento nem me trouxe ainda

e já me levou o inverno com desdém.

Ao inverno que chegou mansinho de carona com o outono..um bem que ele faz...

07/04/10

Giovana Segala
Enviado por Giovana Segala em 09/04/2010
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T2186913