VAZIO...

Quando tudo era só poesia,
talvez ainda quisesse
embriaguar-me em resquícios de outrora,
voar com suas asas
onde soluços contidos
se transformam em
palavras cristalizadas de orvalho,
coração rubro torna-se pálido,
entre fagulhas e cinzas de nosso amor...
Já não me sinto em líricos rastros
de onde surgia a vontade de
viver, mergulhar em mares caudalosos,
e o caminho abria-se em minha frente
com olhos noturnos de quem nunca se
apaixonou, entre o verbo e a pele,
toando luz em meus braços,
sem segredos,
num regaço de amor/amar,
almas que não mais florescem jardins...
Quando calei todos os versos,
adormeci no vazio dos sonhos
suspirando amor...