Vende-se

Vende-se um corpo que o coração já não bate.

O tempo que lhe resta,

foi doado pra caridade, pra quem quiser usar.

O corpo não discrimina sentimento algum:

virou um objeto, sem estesia.

A cada vinte e quatro horas,

expele pelos olhos uma quantidade de água maior que o dobro de seu peso.

As mãos tremem e não suportam objetos muito pesados.

Vende-se um corpo sem alma,

pra virar sucata,

no fundo de um depósito qualquer.

Acissej
Enviado por Acissej em 18/04/2010
Código do texto: T2203720
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