Prenhez de poeta

Acendo e apago as luzes do meu dia

com a força da verve que me compõe poeta

Adormeço o Sol quando seu fogo me exauri

fazendo arder as vontades de fartos oásis

que não podem saciar a minha sede

pois não alcançam mais do que os meus olhos.

Deixo que o Sol se resguarde do meu apetite

e das minhas vontades, que também o exaurem

E desenho noites escuras, sem brilho de estrelas

mas com a solidão da lua que se faz cúmplice

dos desmandos e desvarios de poetas e loucos.

Segredo a ela os pensamentos mais funestos

os desejos mais inconfessos, os devaneios mais absurdos

E, numa cumplicidade declarada, colho de seu brilho

pálido e insólito, a energia que me refaz.

E refeita, reacendo o Sol...amante voraz de todos os meus dias!

Que me penetra o ventre com seus raios de fogo

e me torna prenhe de amor, de vida e de poesia.

Monica San
Enviado por Monica San em 23/04/2010
Código do texto: T2215146
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