Até quando?

Depois de noites inteiras

ainda tenho a lembrança

daquele jovem sorriso

olhando para mim

E aquela intensidade

que ficava a me perseguir

que me deixava tonta

Na graciosidade de suas mãos

Na graciosidade de sua pele

As noites já passaram

Seus olhos não vi mais

Seu abraço

Seu carinho

Ficaram em outra estação

Como o vento de uma praia

e lá permaneceu.

Tudo permanece intacto

guardado em uma caixinha

em um segredo íntimo

e uma vontade.

Seria mais uma poesia,

um verso,

uma confissão.

Seria a morte pela boca,

seria meu fim.

Mas o poeta tem o dom de fingir dor,

fingir sentir,

fingir crêr.

A vida vai e vem

até onde o romantismo viverá?

Até onde o guardarei para outra estação?