Entrelinhas da besteira

"O poeta é um fingidor"

Fernando Pessoa

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Sou vago como jamais descreverei

Sou relapso, firme, difuso e sincero

Sou morno a largos goles,

agitado por inteiro e largado por completo

Possuo uma espécie de gravidade

uma lírica vontade de ser denso e profundo

Eu sou, na fornalha da alma

a agulhada que resta, o prefácio, resumo e a pressa

Assim sinto viver bem no limite

entre um eu superdotado e o demente

Me vejo andando pela beira

escondendo o vão saber nas entrelinhas da besteira