Viagem des-literária
Uma aula de Teoria
numa teoria de aula.
O realismo de Brás Cubas
dá lugar ao surrealismo da imaginação.
O corpo está presente
e a mente, ausente.
Não há verossimilhança entre o discurso e a vida.
Deixo de lado a metafísica
guardando a essência da essência só pra mim
e deixando transparecer a aparência da aparência
do que - na verdade - nem é essencial.
Faço da mímesis um meio
para tornar-me uma boa ouvinte - ao menos uma ouvinte -,
copiando o que os outros também tentam copiar.
Quadro, cadeiras e livros compõem o cenário,
alguns figurantes - incompetentes no ato de interpretar -
contrastam com a protagonista/autora,
que é a única verossímel na ficção de aula que criou.