CÁRCERE

Quantas sombras eu tenho recriado

nos pedaços mal sentidos desse sol

nessa cela em que desenho labirintos

o sentir não é mais tudo que sinto

sobram dias onde vago em passatempos

sobra o tempo na inércia do momento

teu querer para mim é sofrimento

meu querer vai além do pensamento

e entre tudo que eu tenho dividido

entre as sombras e os sóis, entre ouvidos

nessa cela vejo o mundo divido

um gemido ouço em mais uma batalha

e a dor desse grito que não cala

friamente, me corta igual navalha

. . . . . . . . . . . . . . . . .

Ao meu querido amigo CEM (Carlos Eduardo Martins). Pela falta de uma boa dose de absinto, pela falta de muitas palavras envenenadas, pela falta de boas risadas. Definitivamente... brincadeira ausente de palavras.