Poema para um Amor - XIV

Há um mistério vívido

Revelando em meu olhar

Gestos só por ti conhecidos

Habita-me uma noite de estrelas

Se me descobres em tua voz

E silencio flagrada pela vida

A dizer-me que anseio toda ela assim

Não é miragem o arrepio

Que te sussurra em minha pele

Nem o contorno do teu desejo

A confessar-se em minhas mãos

Deito os olhos sobre o azul

Nesta hora tardia e lânguida

Em que apenas tuas palavras

Percorrem-me todos os sentidos

Insinuas-te em meu pensamento

E fantasio-te na linguagem inequívoca

E docemente atrevida de dizer-me tua

E mesmo antes de seres abraço

Meu corpo acolhe as tuas vontades

Tantas vezes mansamente pronunciadas

Em silêncios disfarçando verdades

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 26/08/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T226032