Uns olhos

A líquida ardentia nos teus olhos,

Amor, desceu de que clarões de sonhos

Lunares e febris? Olhos medonhos,

Esse oceano espreita meus espólios...

Lustro ofuscante, para amar-te cego;

E para te tanger, imaginando,

Olhos em olhos, o que vou achando

Abaixo no teu corpo, que ao meu vergo.

Um raio caia sobre mim em hora

Do lúcido fatal transbordamento

E congele-me e prenda-me ao momento!

E torne-me teu gozo na demora!

Mas já recuperado ao tempo fluido,

Que aprazimento estar na mira linda

Destes olhos mais líquidos ainda

Da ressaca deste amoroso intuito!...

wsdafae
Enviado por wsdafae em 22/05/2010
Reeditado em 25/05/2010
Código do texto: T2272663