Uns olhos
A líquida ardentia nos teus olhos,
Amor, desceu de que clarões de sonhos
Lunares e febris? Olhos medonhos,
Esse oceano espreita meus espólios...
Lustro ofuscante, para amar-te cego;
E para te tanger, imaginando,
Olhos em olhos, o que vou achando
Abaixo no teu corpo, que ao meu vergo.
Um raio caia sobre mim em hora
Do lúcido fatal transbordamento
E congele-me e prenda-me ao momento!
E torne-me teu gozo na demora!
Mas já recuperado ao tempo fluido,
Que aprazimento estar na mira linda
Destes olhos mais líquidos ainda
Da ressaca deste amoroso intuito!...