ÚLTIMA PARADA
Bocas caladas
rostos aflitos
ombros curvados
peitos opressos
mãos crispadas nas sacolas
um emaranhado de pernas.
No minuto seguinte,
a estação vira campo de batalha
e quem pode entra no peito,
se joga duro sobre o assento
sob olhares de malquerança,
pragas...cusparadas...xingamentos...
pois que os pares não se reconhecem.
Com os olhos acesos sobre os trilhos,
surdo aos apelos dos vencidos,
o trem desliza compondo a tarde fria:
vomitando gente ...
vomitando gente...
vomitando gente...