O transcender da alma pequena
E a lágrima que brota
Vem como um grito à guerra pela vida...
Uma rebeldia que não tem vergonha de parecer utópica
Em acreditar que o mundo está sem tempo até para viver...
A vida não existe... o que existe é o tempo...
Tempo esse em que não há tempo para nada
A não ser ajuntar mais brilhantes materiais...
Brilhantes desses que não compram nem a vontade
Capaz de reerguer alguém que perdeu-se no mundo fútil.
Não há mais tempo para amar.
Acostumamos em dizer que o mundo não é justo, simplesmente, porque é mais fácil...
A dor do sofrer sobrepõe-se sobre toda a esperança que deveria preencher o vazio deixado pela saudade
O buraco fundo da dúvida
Que corrói incessantemente
A desafiar a confiança de quem ama...
Enquanto uns passam anos tentando se livrar de algo que
Depois sentirão falta e louvarão os que vivem nos seus antigos tempos
Outros se afogam em planos para poderem
Ardentemente
Viver o amor que julgam merecer
E que alimentam independente de condições a interpelarem o caminho.
A janela mostra a facilidade de uns para viverem o que acreditam ser o certo...
Mas aí que eu me pergunto se,
A partir dessa aparente falta de obstáculos,
Tudo continuará colorido se a luz for cortada...
Se a escuridão, sendo a própria ausência da luz,
Acabará com a capacidade de seus sentimentos de transformarem
Qualquer elefante em formiga...
Qualquer terra vermelha em um campo florido em cor...
Tudo em nome do que juraram os corações palpitarem.
Diante da lágrima que nasce diante de um olhar...
Olhar este que, carregado de dúvidas e medo,
Só precisa de um tempo...
Tempo para ouvir o que o coração tem a dizer...
Tempo para viver o que lhe foi proposto,
Mais do que escolhido...
O tempo interpõe-se entre o espaço...
Rouba a cena, a vitória, o sorriso.
Traz apenas o esquecimento a alguns...
E o mérito a outros que, por vezes, esquecendo da vida
Quiseram fazer-se cegos para acreditar na marcha que o homem no tempo compôs.
E a lágrima continua a correr sem rumo pelas arestas da face...
Indefinida...
Já que o tempo, mais que a vida
É algo que não se tem.