O TESOURO

Viajante solitária., busco o quê?
Busco um tesouro escondido
desde muito prometido,
mas que, ainda, não achei.

Já procurei no mar fundo,
em ilhas desertas, em cavernas,
onde o eco do silêncio
expande no ar seu lamento
em meio a magias eternas.

É um dilema sem fim
essa busca que me assusta
que, tormentosa, me custa
horas de sono sem sono
em que pesa o abandono
esperando o alvorecer.

E me desgasto em cansaço,
e dilacero meu ser
tentando ver, nada vendo,
somente aguardando e sofrendo
sem saber, sequer, por quê.

             . . .

Viajante solitária, busco em vão
Um tesouro prometido
Há muito que o persigo
Em cada rincão escondido
Encontrá-lo não consigo
E esse dilema sem fim
Só vai encerrar de fato
Naquele momento exato
Em que procurar dentro a mim. 

                               Nena Medeiros