Passageiro

Talvez nem tudo seja passageiro.
Nem mesmo os sonhos que ficam no travesseiro.
Deve existir o Perene, o Genuíno, o Verdadeiro.

Quem saberá? Como descobrir?
São tantos passos; tantos montes. Aonde ir?
Seguir a corrente? Ler Heráclito e crer em seu Devir?
Deixar, poeta, que os olhos decidam chorar ou sorrir?

Abandonar o desejo? Será este o caminho?
Acharei assim o Nirvana, o Paraíso?
Ou, quem sabe, descobrirei que só há a busca.

Nesta procura existirá um fim?
Dirão os eruditos que não é tão simples assim . . .
Talvez. Mas sinto que tudo se passa tão longe de mim.