Humana vida de caminhos projetados

Bebo desta vida líquida

É tão mais rápido querer, usar e esquecer.

Desejar. Por que tentar encontrar razão nas coisas que penso?

As coisas que tenho... Elas as coisas ausentes de alma.

Aflição. Possuir-me de alma.

Então me olho de novo e ao teu lado sou pássaro.

Volto um instante para dentro de mim e sem que percebas...

Parti rumo aos rochedos e deslizo suavemente entre os céus.

Ah... Humana vida de caminhos projetados de amores mapeados

Aprendizes treinados de pássaros sem asas.

Quanta palavra dita e escrita deleita sapiência.

Entrego meu corpo num vôo em queda livre, só de partida...

Momentos. Contemplo o gozo de toda a água sobre a terra

Das alturas sinto a dor do despertar da semente

Sofrimento em romper o lacre da casca em direção do sol.

Sou nada, sou imperfeita. Convulsiono meu espírito diante

Da dialética e cruel necessidade de ser. Condenações humanas.

Então me derramo sobre o novo abismo e bebo dessa vida líquida

Reconstruo meu desejo de ser. E retorno despindo-me as asas.

Vento de Outono
Enviado por Vento de Outono em 15/06/2010
Reeditado em 16/06/2010
Código do texto: T2320845
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