Poesia sem rima, métrica, dor ou alma

Não me queixo sobre o mal

Sobre a luz desta manhã

Entrando pela janela escancarada

Bem como um coração no asfalto

Espatifado por pular do quinto andar

Luz negra iluminando nossos corpos

Deitados nessa vida sem justiça

Um céu avermelhado na janela

Errada profusão de luz,

No entardecer é menos dia,

Mais agonia

Não se queixando sobre o perfume das flores

Vendo o mal que existe em cada uma delas

Deixando assim seu coração envenado

Dilacerado, sem cura e sem juízo

Mas aproveitando seu doce sabor

Assim que cruzas todo o oceano

E acaba ancorando num porto sem alegria

Ouve a voz que ignora

Toda intensidade de prazer ou dor

Enquanto a maré revoltada,

Naufraga seu navio sem muita carga

Reclino sobre o dia

Monotona calmaria

Não existe sol nem lua,

Apenas a carne nua

Transbordando pelos poros

Poesia assim,

sem rima, métrica, dor ou alma

Reny Moriarty
Enviado por Reny Moriarty em 17/06/2010
Código do texto: T2325522
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