MINH'ALMA

MINH’ALMA

Minh’alma é pura como a cristalina

água da fonte às horas da manhã;

como um sorriso meigo de menina

e o colibri nos galhos da romã.

Minh’alma é feia como a noite é feia

nas tempestades de alto mar sem luz.

É como a morte que nos aperreia

e ao incerto um dia nos conduz.

Minh’alma é triste ao cair da tarde,

como o cantar de preso passarinho.

É como amor que no meu peito arde;

é como a ave que perdeu seu ninho.

Minh’alma chora as mágoas deste mundo

de guerras, fome e de um viver sombrio;

e essas mágoas me ferem tão profundo,

que os meus prantos hão de tornar-se um rio.

Minh’alma canta quando raia o dia

e de esplendor se veste a natureza.

No peito o amor, no amor a poesia

e na poesia a real beleza.

Minh’alma é bela como bela é a rosa

mesmo vivendo junto dos espinhos.

É como a vida às vezes caprichosa,

que por capricho entorta os meus caminhos.

Voa minh’alma pela madrugada

e deixa a carne fraca aqui no chão

em um sono profundo aprisionada.

Minh’alma voa pela imensidão.

Voa minh’alma até chegar um dia

aos pés de Deus e da ditosa Virgem;

um oásis de paz e de alegria,

seu leito eterno e seu local de origem.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 18/06/2010
Código do texto: T2328115
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