VOZES DAS ESTAÇÕES
Já não ouvimos o farfalhar das folhas, mas no triste declínio da natureza
Ouve-se a voz em agonia das folhas que caem, da vida que se esvai
É a voz do inverno, de arvores desnudas, com sons esqueléticos em fúnebre algazarra
Inverno, o som do frio sibilando pelas frestas das janelas
O silêncio dos pássaros, o ruido da chuva que cai intermitente,
O canto triste da alma cativa, do peito oprimido.
Outono, estação amena, enche de sabores o nosso paladar
Com sua variedade de frutos sazonados
Tempo de maturidade do corpo e da alma
Cores e sabores se fundem em nossos sentidos
Em uma mistura do real e do imaginário.
Primavera, o renascer da vida
As árvores revestidas de todas nuanças
O canto dos pássaros anunciando o acasalamento
Toda a natureza estuante de vida
Pare no jardim e escute as vozes das rosas se abrindo e do perfume do jasmim
Verão! O sol saudando a vida, aquecendo os veles
Tornando ainda mais bela a natureza
Perceba em todos os sentidos os sons vibrantes da cores
No fim da tarde veja la no horizonte o sol em declínio
A alegria de seus raios nos desejando boa noite
E nos brindando com o surgir da lua,
O cintilar dos astros na limpidez do firmamento
...”Ora direis ouvir estrelas”... Empresta-me, oh poeta, o teu ouvido sensorial
Quero pois escutar o riso delas!