Banco dos Réus

Vejo névoa, atmosfera cinza

Há um palor nato na esfera

Estou vestida de negro, e fria

Mas, o meu eu, prisioneiro - espera

Sinto vestígios mesclados de nada

Porém o tudo exala-se no escuro

Sinto pulsar uma chuva na chama

E n'alma formigar o futuro

O errar esvoaça meu arco íris colorido

Me faz curvar diante dos farelos

Meu pesar é pesadelamente ferido

E o palor transgride ao desespero

Sinto milhares de olhos cristalinos

Críticos, cínicos, derradeiros

Holofotes vindo do céu em helicópteros

Gritos gargalhos, sarcasmos inteiros

Meu juramento sagrado e as algemas

O holofote verde cai sobre mim

Não quero advogado e nem pena

Teu veredito me basta enfim

No banco dos réus - a sentença

Sheila Gomes de Assis
Enviado por Sheila Gomes de Assis em 25/06/2010
Código do texto: T2339970
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