Coveiro de mim

Sou meu próprio bandido

Ladro-me possibilidades

Pedaços de vida...

Deixo-me algemar em espaços

Sou meu próprio assassino

Sepulto-me na tumba

da conformidade

Sem honrarias...

Vivenciadas pelo tic-tac

Do meu cuco sarcástico

Dos replays - redundantes

Orgânicos, ocos e mecânicos

Involuntariamente, jazigo-me

Pelo comodismo e pelo medo

Por razões que desconheço...

Sou meu próprio carrasco

Bárbaro que me aprisiona

Em masmorras intrínsecas agridoce

Sou sede e cálice de veneno

Sou meu próprio coveiro

Meu próprio verme

Inferno de mim!

Sheila Gomes de Assis
Enviado por Sheila Gomes de Assis em 27/06/2010
Código do texto: T2344798
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