A DESPEDIDA
A inspiração que coloriu os meus dias
Tende a adoecer, entrar em coma e morrer
O que ontem era a linda paisagem florida
Se transforma pouco a pouco numa vasta ruína
De um doce sonho, restará o amargo pesadelo.
A inspiração não mais me ama, pediu o divórcio
Chutou o balde, debocha de meus versos
Que hoje exibem apenas fome e sede
Mas que ainda assim seguem a rastejar
Em busca de uma respeitável despedida.
Deixo aqui o meu pranto, a minha mágoa
A lembrança e o desencanto de quem um dia
Pela inspiração já foi acolhido, porem agora
Lamenta o possível fim de um belo romance.
(Fabiana Mira)