ANGÚSTIA

ANGÚSTIA

Francisco Miguel de Moura*

diz que me chama

e eu tramo a terra

de nos acharmos

paro os relógios

e o sol dos páramos

- tua palavra

me fere a boca

me agrava o ouvido

- tua pa(me)lavra

vivo os segundos

de minha angústia

que ninguém resolve

nem tenta

a vida é uma louca

que a morte não me ouça

maldita esta pequena

grande hora

de distância entre nós

uma palavra é muita

se boca a boca

uma vontade é pouca.

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, com participação em várias obras coletivos de poemas desde Portugal à Coreia, passando por França e Espanha, Austrália e Estados Unidos