O Olhar

Seu olhar escorre por toda minha alma.

Logo pela manhã

Ao tino que me desperta

Vejo-a linda como sempre

Vagando em minhas lembranças.

Como não poderia percebê-la

Se mudam minhas vitais funções

Pela alegria que me presta sua presença.

Pressinto não entender o que me acontece.

Ecoar o sussurro de sua voz pelo meu âmago,

Que às vezes a aproveito

Para arranjar palavras

Numa frase por ti proferida,

Por mim esperada.

Temo nunca ouvi-la.

Esperar que a cada momento

O destino me avise a hora

De tê-la tão perto,

Temo que esta nunca chegue.

Porque seus olhos

São luas cheias em céu límpido

Onde tiritam os astros

Felizes por nos lerem aqui nestes versos.

Seus olhos de infinitude serena

Me aquecem a alma e ainda

Sinto que guardam minha tranqüilidade,

Vejo-os tão claros

Como sua própria personalidade.

Temo por nunca tê-la.

Como crer nisso sem que não fantasie

Nem um pouco sobre nós,

Sem que pense num universo lindo

Que nos guarda.

Talvez diga a mim: pobre de ti, poeta.

Talvez diga que eu esteja errado,

Que eu espere por outra,

Por outra oportunidade,

E não por você,

E não com você.

Como sufoca o amor de quem o teme falar.

Como é estrondosamente cáustica

A paixão impetuosa contida.

Como é difícil olhar para ti sem me declarar.

Não posso mais falar de amor,

Não neste verso.

Quero guardá-la sem dor,

Mas não nestes versos.

Quero viver com você

Um infinitésimo de tempo

Que me guarda a paixão

E poder beijá-la,

Tocar-lhe a mão

Sentir o seu cheiro

Acalentá-la e o sentimento.

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 10/07/2010
Reeditado em 17/07/2010
Código do texto: T2368710
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