Gritos de outono

Impetuosa e soberba carne

Embevecida em frisson

Dos tecidos cáusticos que ardem

D'outro corpo néon

A ardência de uma tarde

Da maltrapilha razão

Ao descompasso do alarde

Surrupia o sentir vão

D'outra luxúria fomenta

Banhada a fio de pudores

A vil santa vestimenta

Da incauta sensação

Impetuosa e soberba carne

De efemeridade abstrata

Dos delírios cheirando batom

Eterniza em dó, ré, mi - o meu tom:

"A carne da alma que não minha

Grita-me em essência

A alma da carne que não minha

Definha-me em poemas".

Sheila Gomes de Assis
Enviado por Sheila Gomes de Assis em 10/07/2010
Reeditado em 14/07/2010
Código do texto: T2370109
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