Horas extraviadas
Mantei-vos Puro Mistério,
Olhos que por trás do véu
Fitais-me num fim-de-império.
Bailem, horas de ouropel
Ante este improviso estéril
Do oboé mercado ao céu.
Pobres horas, de ouropel,
Fingindo solenidades...
Nós, cativos do não-céu...
Chorai-me, ó rosto de véu,
Deste olhar, num gozo sério,
Um amor de eternidades...
Amor, carne do Mistério!