Horas extraviadas

Mantei-vos Puro Mistério,

Olhos que por trás do véu

Fitais-me num fim-de-império.

Bailem, horas de ouropel

Ante este improviso estéril

Do oboé mercado ao céu.

Pobres horas, de ouropel,

Fingindo solenidades...

Nós, cativos do não-céu...

Chorai-me, ó rosto de véu,

Deste olhar, num gozo sério,

Um amor de eternidades...

Amor, carne do Mistério!

wsdafae
Enviado por wsdafae em 17/07/2010
Reeditado em 17/07/2010
Código do texto: T2382401