O Céu

*feito em 1999

É o que me faz a vida.

Mudo meus pensamentos a cada passo.

Torturo-me, com certeza,

Porque não sou perfeito,

Porque não sou Deus.

Sentado na beira da cama,

Entre suspiros repentinos

Para aliviar essa pressão interior,

Para aliviar o peso de minhas observações.

Postado à cabeceira,

Escravo da cafeína

E das letras malditas de Poe

Tentando levar um pouco da morte

Ao meu âmago...

Lembrando um pouco da vida

E do amor,

Que se não for o próprio,

É de fraterno teor ao próximo.

Poe me escraviza,

O pessimismo também.

Meus olhos arregalados

Se surpreendem com atitudes grotescas,

Porém minha razão nem tanto,

Mas queria que me poupassem de tudo isso...

As malditas letras de Poe

Me escravizam

Porque não acredito mais na alma humana,

Num momento,

Em meu quarto.

A decrepitude de minha paciência

Se expressa como rugas na testa

E cansaço no coração.

Porque você não se vê diferente

Se enrosca em sua teia odorante.

E eu,

Que me desiludo com sua presença

Destruo todos os meus conceitos.

Dos cacos faço uma nova base

E com uma torre em meus sonhos

Espero, pela verdade,

Espero atingir o céu.

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 19/07/2010
Reeditado em 20/07/2010
Código do texto: T2386163
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