Rosa cabôca tão bela
O sertão num viu iguá
Tinha os zoio de gazela
Espiando pro luá

Seu corpo moreno e quente
Parecia o embalá
Das roseiras no poente
Mansamente a balançá

O seu riso era tão doce
Cuma cachinha de mé
sorria cuma se fosse
Uma ventura ser muié

Nun sabia inda a Rosa
Que o amor é traiçoêro
E quando meno se espera
Ele chega bem facêro

Na figura dum vaqueiro
Muito forte e varonir
Que foi logo bem ligeiro
A bela Rosa pedi

Marcaram o casamento
Pra festa de São João
Cum muito bolo e canjica
E muita satisfação

Mas hoje a Rosa morena
Num tem mais o mesmo oiá
Pois a pureza serena
O amor soube matá.

Mas, a ternura dos óio
Servem agora pra embalá
Outra mimosa donzela
Que o sertão vai encantar!

- Cândida Albuquerque(Mãe)


Atenção:  A autora dessa poesia é a minha Mãe.
Didinha Albuquerque
Enviado por Didinha Albuquerque em 26/07/2010
Código do texto: T2400928
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