PAI

Pele, ossos, tubos.

Perdeste a voz... O que nunca disse antes agora será impossível.

Tenta. Mas, não entendo nenhum som.

Tarde demais?

Puro éter assim é o aroma.

Batas, seringas, macas e entre nós um deserto.

Tua garganta sem voz... E a minha sem conseguir pronunciar.

A anunciação do fim...

Em você não sei o que morre...

Em mim um filho é enterrado.

Armando Vidal
Enviado por Armando Vidal em 27/07/2010
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