O ROCHEDO
Era um Rochedo...
Com água batendo
Majestoso ficava... Não sentia...
Nem sequer ligava!
Afinal, por que temer?
Sua força certamente o protegia
De qualquer ameaça...
Com desdém olhava...e ria...
Olhava para baixo
Onde a água se agitava
E insistia!
Era um Rochedo...
Lá do alto tudo percebia
Afinal, não deveria estar ali por acaso
Na sua sabedoria de pedra
Jamais iria se importar
Com a água!
Era um Rochedo....
Sua altivez o dominava
Até que um dia, a natureza
O afastou da água!
Então...ele sofreu
Tudo o que não sabia...
Ser um Rochedo solitário no deserto
De que adiantaria?
E o Rochedo então pensava...
Mesmo distante...a água pura
Despretensiosa e cristalina
O animava...
Removia as impurezas
De sua pele fria...
Alisava a parte mais áspera
Que o incomodava...
Refrescava com amor o ambiente hostil
Em que vivia!
A partir de então, enquanto esperava
O retorno de quem tanto lhe servia
O Rochedo refletia:
" O amor renascerá a cada dia em que o Rochedo
Se encontrar com a água!"