Perdida
Eu já não sei mais de certo e o errado,
há muito acho que penso ao contrário;
o mundo está louco ou fui eu que pirei?
Nenhuma pergunta. Nenhuma resposta. Eu não sei!
Será mesmo um alívio o peso de cada ilusão que ficou para trás?
Só mais um sonho, uma utopia,
coisas que o tempo levou e não voltam mais;
não volta a idade, o vigor, a coragem, a magia...
Essa carne é uma prisão
tão desiludida e sem memória
e nela definha toda a esperança,
e a gente ainda diz que vive...
Às vezes é como me sinto,
sozinha, esquisita e diferente demais
para viver nesse planeta.
Nem melhor nem pior, apenas diferente.
Algo de mim foi embora,
um vazio que não sei explicar,
não pertenço a esse mundo
e por dentro eu vivo a chorar.
Como doente que busca - incessantemente - a cura,
assim é nossa luta por viver
apesar da mentira, da violência, da hipocrisia,
prefere-se a vida a morrer.
O mundo todo é uma doença,
uma pandemia perigosa e fatal
e a humanidade peleja pela cura,
sem perceber o quanto é "burra"
e que a cura está na essência
(a essência de ser bom, de ser humano)
que se perdeu.
Maria Laura
B.P.M.R.