“Desejos impuros”

Tamanha manhã que eu não queria

Que não seja eu a ver tuas horas minguarem

Que não seja eu a sentir tua brisa lambendo-me o rosto

Que não seja eu a despertar nessa manhã tamanha

E que entardeça-me as horas soltas

Anoiteçam-me os dias todos

E que a lua beije-me a face boemia

E que a noite venda-me seu corpo escuro

Amante dos meus desejos impuros

E todo o aço noturno

Que afia a lamina poesia

Penetre-me a carne naufragada

Nos copos cheios de alegria

Embriagando-me a própria alma

Permitindo-me esquecer

A própria vida.

® Varley Farias Rodrigues