S.O.S natureza

(Autor) Deleitando-me em análise e auto-crítica

Em delírio minha mente projeto

Um diálogo com entonação rítmica

Para o qual o pensamento se voltou.

(Árvore)Estou aqui presa ao meu querido solo

De defesa não possuo nenhum meio

Roubam-me a vida, tirando-me do colo

Da natureza que me traz junto ao seu seio.

(Ave) Sofro por mim e por ti grandes horrors

Em teus braços aloja-se meu tenro lar

És destruída levando consigo meus amores

Sou destruída pela fome de matar.

(Árvore)Utilidades tenho muitas, contudo, preste atenção

Ao tirar-me para o seu consumo hoje indispensável

Ponha outros brotos em lugar do meu coração

A fim de que tenhas um porvir favorável.

(Ave) Ah! Sou mais um em flagelada extinção

Buscando de todas as maneiras sobreviver

Não vivo mais em bandos pelo sertão

Minha espécie talvez chegue a desaparecer.

(Árvore)Me transformam através de complexos industriais

Em móveis, papel, coberturas e outros ornamentos

Mas, não respeitam as célebres leis naturais

Pouco importam-se com com meus lamentos.

(Ave) E eu que triste fim tenho que aceitar

Nem sequer para conter a fome me trucidam

Sirvo apenas para satisfazer a fome de matar

E não sabem que a si mesmos é que castigam.

(Árvore)Eu represento a nossa flora em perigo

Que aflita implora ao homem preservação

Buscando na sua consciência um abrigo

Caso contrário ele mesmo ficará em extinção.

(Ave) Pertenço a nossa rica fauna em destruição

E tenho um belo nome por sinal

Sou Zenaida Auriculata Noronha, a arribação

Singela representante do reino animal.

(Autor) Acordei, e como senti pela humanidade

Que se vangloria do raciocínio e inteligência

Mas, se destrói com bárbara iniqüidade

Sem perceber tão ínfima negligência.

(Autor) E aqui deixo um apelo a todos que nos ouviram

Que se amam e a toda sua descendência

Reconstruam aquilo que destruíram

E lutem pela nossa sobrevivência.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 17/09/2006
Código do texto: T242176