Decifráveis versos

Faço vidente e cristalino os versos que escrevo,

Em cabalas rítmicas no variado número de palavras,

Onde as runas já não revelam o próximo poema,

Nem tarôs decidem os caminhos da minha poesia.

Nenhuma delas está nas linhas de minhas mãos,

Mas em ébrios versos, que enganam a enomancia.

São independentes dos tabuleiros de búzios,

E de qualquer interpretação do I Ching.

Faço versos sem mistérios,

Decifráveis apenas pelo belo e pelo despido.

Onde está sempre nua a minha alma.