destino
premeditado a tecer a vida
destino cru de quem se apega ao tempo
quando os impulsos
sorvem a limpidez do canto humano e febril.
valham-me todas as criaturas
incautas e desatinadas
perdidas nas sensações do arder carnal
pois que a trajetória é muda, pálida e sã.
saber de mim
que nada sou
porque tudo senti
e jamais serei
o que quis na verdade ser.
descompensado da razão
eterna loucura de quem traz culpa atribuída ao tempo
no exato instante de acreditar
quando apagadas as luzes
sombreiam a altivez da necessidade incorpórea
socorram-me todas as filhas da rua
inocentes e pervertidas
iludibriadas nas fantasias do sofrer passional
pois que a culpa é surda, cálida e santa.
saber de si
que nada é
porque tudo sentiu
e jamais será
o que quis na verdade ser.