INQUEBRANTÁVEL

a lâmina de aço não corta nuvens

nem meu sangue fraco a enferruja.

mesmo com janelas e portas desnudas,

não me contamina o ar vindo da rua.

liberto no voo o santo e o sujo.

derreto com as chamas do lúdico

tudo aquilo que me faz ser duro:

sou o que sinto e não o que simulo.

faço-me faca e meu corte é profundo:

o que em mim degenera, eu desconstruo.

encaro deus e o diabo em meu submundo.

planto jardins, mas também crio túmulos.

MARCELO MOURÃO
Enviado por MARCELO MOURÃO em 11/08/2010
Código do texto: T2431567
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