A Viagem de Volta.

Para Soaroir.

O tempo fez de mim a passageira

Os pés vão desenhando seus caminhos

Estreito, largo, longo; estou sem ninho

Vivendo a cada dia a dor primeira.

A pele nas batalhas dói inteira

A face não disfarça o desalinho

São rugas a compor o torvelinho

Um mapa que define tal fronteira.

O caminho se funde, tão profundo;

Esmoreço sem norte, já nem lembro,

A trincheira escavada que confundo;

E as bordas contornando vão ao centro

As rotas retornam enquanto mudo

Fecho os olhos, caminho para dentro.