Alter-ego

Eu criei a morte

A morte me serve

Porque exalo o cheiro de morte

Eu criei a escuridão e o temor

Tirei o sangue dos inocentes

E dei o poder de vitória aos soberanos da guerra,

Dei-lhes a imortalidade da história,

Encontrei-os entre as crianças do mundo.

Eu sou o deus da ambição

Tenho a força do ódio

E a missão de lhes enviar a violência.

Separar a emoção da alma

E levar a luz para as trevas para que todos

Conheçam a supremacia dos vitoriosos boçais.

Meus calçados são feitos

Com as peles dos fracos.

Meu chão com os corações dos covardes.

Eu sou a glória do horror,

O príncipe da noite.

Eu sou o maior pesadelo dos que vivem de joelhos

E a ascensão dos corruptos.

A angústia dos tímidos

A coragem dos traidores

E o fim dos que não temem a mim.

Eu sou a ira dos perdedores

E a fúria da natureza

Decido seu surgimento

E ordeno sua derrubada.

Sou o término da paz,

E o cálice da vida impura.

A perversidade dos homens

E a crueldade dos corações

Eu sou seu fim

Eu sou a mão que sustenta a vingança

E as pedras do caminho

A dor da solidão.

Eu sou a felicidade do assassino

E a libido do estuprador,

O sorriso dos maníacos.

O encontro entre a luz e as trevas.

Eu criei aquele olhar frio

Que você já viu em mim.

Eu sou o fruto que vocês semearam...