A CONFUSÃO FUI EU QUE FIZ

Segui a onda e peguei a sua mão.

Disse-lhe: Vamos?

E você veio!

Corremos de mãos dadas pelo parque,

Paramos no bebedouro e jogávamos água um no outro,

Achamos um pedaço de pão no chão

E fomos alimentar os patos e peixes do lago,

E dávamos nome a cada um deles.

Você disse que estava com vontade de tomar um sorvete,

Prontamente escolhemos duas bolas

De diferentes sabores para cada casquinha.

Você encheu sua colher e colocou na minha boca

E assim fomos trocando sabores

Riamos quando segurávamos a colher com os dentes.

Quando um pedaço de morango ficou no seu queixo,

Peguei-o e comi.

Você me disse: - quer mais?

Pegou um pedaço maior e passou nos meus lábios

Segurei seu dedo na minha boca

Você riu pelas cócegas que fazia.

Quando uma folha de arvore ficou presa nos seus cabelos,

Tirei-a e afaguei-os, elogiando a maciez

Você também mexeu na minha cabeça

Deixando os meus cabelos em desalinho e achou graça.

Numa gangorra, num balanço

Brincávamos como crianças.

Riamos a vontade.

Aluguei uma bike dupla

E num zigue-zague pelas alamedas

Cantávamos canções de crianças

Como as quais que brincavam no escorregador.

Quatro horas de lazer passou como um raio.

Um filete de suor escorregou pela minha testa,

Você pegou um lenço seu,

Bordado e perfumado,

E gentilmente secou.

Ficamos frente a frente,

Por alguns instantes.

Os olhares se compenetraram,

Ficamos sérios vários segundos.

Você riu daquele momento

E me disse que eu tinha ficado diferente.

Saiu correndo abanando o lenço no espaço,

Brincando como se fosse uma bandeira.

Saí daquele êxtase e segui você.

Quando de repente você foi ao encontro de outra pessoa

Pulou no seu pescoço e deu-lhe um longo beijo.

Parei!

Como se um muro me detivesse,

Um precipício aparecesse sob meus pés.

Esperei!

De mãos dadas com aquele cara, você se aproximou.

- Di, esse é meu namorado.

Olá, tudo bem.

A confusão fui eu que fiz!

Di Camargo, 20/08/2010