ABRIGO

 
Arranco de dentro de mim
o pouco capim seco,
Pois a fumaça já subiu bem alto.
 
Minhas defumadas entranhas
Tem crostas, tamanhas
como a Terra
com sua mata seca,
e sua fumaça, alta.
 
Por aqui estar e por estar por aqui,
Tenho que me parecer,
Tenho que me estrear, me estragar,
Me embrenhando nos matos
Cansados,
 
Enquanto a crosta
Alberga e abriga seus filhos,
Seus répteis, às vezes em locais
Quentes demais.
E muitas das vezes
O abrigo é inimigo,
E alberga também
Flambados elementos
Fabricados de cimentos
Fraudulentos e sépticos.



José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 21/08/2010
Código do texto: T2451401
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