Insatisfação crônica
Eu nunca coube em minhas mãos
Pequenas alcovas de pele e calor
Aconchegantes, porém pequenas
Nunca quis a perfeição
Inútil, fútil, ignóbil de natureza
Eu nunca tive certeza
Nunca chamei atenção
Tudo é muito, tanto...
Mal suporto o amanhecer
E mesmo que o dia seja alegria
À noite, sozinha, volto a morrer
Nada me é suficiente:
Os copos vazios, a noite quente
Nem umas pernas a me prender
Sequer estas letras dementes
Começo do fim?
Fim de um começo?
Desconheço qualquer esperança
Outra vez dança, no corpo, o medo.