RIMA DAS RUAS

Procuro a rua das rimas,

nem sempre quieta e discreta,

mas era a rua do Poeta.

Que flertava com as acácias,

sempre debruçadas como namoradas,

não mais para as calçadas lentas,

agora violentas.

Procuro a luz rara,

hoje ainda mais rara,

mas que embala as tardes que arde.

Procuro a serenata ao luar,

achei vandalismo em seu lugar.

Nada de lampiões, somente espiões

que matam a mulata e o som dos violões.

Ficou o silêncio denso, intenso e tenso,

que assustava o pequenino,

e ainda mora alguma mulher nua,

em suas calçadas e rua.

Pessoas correm paralelamente,

com sorte diferente,

nem sempre para a frente!

A rua segue para o infinito,

conserva o nome bonito e bendito,

rima com mocidade, liberdade, tranquilidade:

Rua da Saudade...

Uma intertextualização com o poema " Rua das rimas" de Guilherme de Almeida

SILVIA TREVISANI
Enviado por SILVIA TREVISANI em 26/08/2010
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