RIMA DAS RUAS
Procuro a rua das rimas,
nem sempre quieta e discreta,
mas era a rua do Poeta.
Que flertava com as acácias,
sempre debruçadas como namoradas,
não mais para as calçadas lentas,
agora violentas.
Procuro a luz rara,
hoje ainda mais rara,
mas que embala as tardes que arde.
Procuro a serenata ao luar,
achei vandalismo em seu lugar.
Nada de lampiões, somente espiões
que matam a mulata e o som dos violões.
Ficou o silêncio denso, intenso e tenso,
que assustava o pequenino,
e ainda mora alguma mulher nua,
em suas calçadas e rua.
Pessoas correm paralelamente,
com sorte diferente,
nem sempre para a frente!
A rua segue para o infinito,
conserva o nome bonito e bendito,
rima com mocidade, liberdade, tranquilidade:
Rua da Saudade...
Uma intertextualização com o poema " Rua das rimas" de Guilherme de Almeida