Trovejando
Trovejando...
Em meu céu agora chove
A chuva ácida que corrói os transeuntes.
Nuvens, nuvens que carregam meus sonhos
Insistem em deixar-me seco.
Ilusões na noite, vultos fugazes
Soprando a brisa que me encolhe.
Trovejando...
Trovejando...
E aqui cai a chuva fina.
A chuva fina que inunda minha mente.
Nuvens, imagens, cinzentas e disformes
Insistem em me molhar.
Desconfiados sussurros, ventos velozes
Girando o turbilhão que me envolve.
Trovejando...
Trovejando...
E eu não vejo um palmo além.
É escuro e inexplorado – meu coração.
Névoa, névoa que cega meus neurônios
Insiste em deixar-me lúcido.
Carrosséis de medo, serpentes vorazes
Levando-me ao abismo escuro e enorme.
Trovejando...
Trovejando...
E é cada vez mais pavoroso.
O labirinto está de novo se fechando.
Mas volta o astro soprando as nuvens,
Soprando...
E as gotas ainda caem, frias e tenazes.
Congelando-me, tornando-me torpe.
Trovejando...