Trovejando

Trovejando...

Em meu céu agora chove

A chuva ácida que corrói os transeuntes.

Nuvens, nuvens que carregam meus sonhos

Insistem em deixar-me seco.

Ilusões na noite, vultos fugazes

Soprando a brisa que me encolhe.

Trovejando...

Trovejando...

E aqui cai a chuva fina.

A chuva fina que inunda minha mente.

Nuvens, imagens, cinzentas e disformes

Insistem em me molhar.

Desconfiados sussurros, ventos velozes

Girando o turbilhão que me envolve.

Trovejando...

Trovejando...

E eu não vejo um palmo além.

É escuro e inexplorado – meu coração.

Névoa, névoa que cega meus neurônios

Insiste em deixar-me lúcido.

Carrosséis de medo, serpentes vorazes

Levando-me ao abismo escuro e enorme.

Trovejando...

Trovejando...

E é cada vez mais pavoroso.

O labirinto está de novo se fechando.

Mas volta o astro soprando as nuvens,

Soprando...

E as gotas ainda caem, frias e tenazes.

Congelando-me, tornando-me torpe.

Trovejando...

Rafael Fontana
Enviado por Rafael Fontana em 24/09/2006
Reeditado em 13/07/2008
Código do texto: T247781
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.