Ma chérie
Na rua, a dama puta
Uma vagabunda de vida destruída
Pintada como Pierrô (decadente e ridícula)
Velhos modos que o tempo apagou
Já amou, sofreu, perdoou
Foi imprudente, traiu, chorou
Viveu da própria tragicomédia
Sabe lá (até) já matou
Dama puta, faze-se agora dona de si
Veste-se de morcega para se defender
Fantasmagórica por becos e esquinas
Cobre-se como Clowns para não sofrer
Sua imagem é resposta e desafio a ela mesma
Fala trôpega, malandra e vacilante.
De salto alto, perambula mesa a mesa
Conta historietas, faz gracejos (se acha atriz).
Como Piafh o avião do amor caiu
A linha entre certo e errado apagou
Agora é anônima e sem data
Uma louca a me pedir dinheiro
Dou (...) acho graça e pena
Mas findada a cena
Respeito o coração que ali bate
E a ela dedico esse poema