A vida cômica como a ida

Sorria da vida por ela fazer-se assim cômica como a ida,

e doía no peito ferida e tangente apontando a saída,

queria rir-me da vida como outrora fazia sozinha e distraída,

queria que não fosse verdade que luto por um amor em ruínas.

Sorria pois imaginava que me amava, e que com o tempo mudara,

mas o tempo formou uma crostra separando-nos em atmosferas.

doía em meu peito querer tanto reviver o fogo,

mas eu punha lenha e o dito jogara água sem pena.

Estou cá novamente vendo meu lindo castelo fazer-se ruínas,

e não existe fato que mude, que o que havia já não mais existe,

mas dos resquícios que ainda faziam brasa na fogueira ,

tornaram-se fogo ardente incendiando o resto do castelo.

E eu corri o mais que pude, corri o mundo todo,

na intenção de desatar o nó na garganta que inflama,

na incerteza de que vivo uma utopia e mesmo assim eu ria,

estou encantada por algo inconstante e invisível.

As vezes sinto perto, as vezes está tão longe,

queria poder tocar os lábios dos gárgulas nos castelos,

queria dar-lhes vida, se me jurassem amor eterno,

mas que me salvassem desta minha inquietude de nada saber.

Nina Blessed be
Enviado por Nina Blessed be em 19/09/2010
Reeditado em 19/09/2010
Código do texto: T2507814
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