Não me chamem de poeta
Não me chamem de poeta, oh não,
Que eu não tenho acesso às cortes...
E não trago à manga ditos espirituosos,
Com o bobo não rivalizarei as atenções.
Só quero estar-me ao chão de folhas secas
E contra o farfalhar dessas recordações
Trilar a minha tosca flauta...
— E quem de longe ma ouça,
Do longe de onde não possa ouvir,
Adivinhe-me um outro sonho que não tive,
Aquente o coração, sinta que a vida
Valha mais que recordar...
E tudo isto deitando-se ao chão,
Que o Povo possa sonhar.